Já faz uns dias que o Reinaldo Lourenço desfilou sua mais nova coleção no SPFW, mas só agora eu pude ver as peças ( eu não sou muito de acompanhar semanas de moda). A coleção era baseada no tema náutico e também utilizou referências de modelagens dos anos 60, o que me fez gostar bastante das peças.
Adorei esses tons de azul.
Como trabalho com design de superfícies esse é um dos elementos que mais me preocupo nas coleções. Gostei da estampa de barquinhos, porque mesmo cada barco tendo um tamanho relativamente grande para uma estampa corrida, ela transparece clareza e delicadeza.
Eu adoro o uso de linhas visíveis e adorei o efeito da barra desse vestido. Sem contar com a transparência, que foge do transparência=sensualidade e deixa a roupa com um toque futurista.
Não gostei desse tipo de bolso que ele usou na coleção, mas a barra da saia está ótima.
Quem cresceu nos anos 90 sabe o poder devastador da série Twin Peaks. Quando eu era criança lembro de ver minha irmã mais velha lendo "O diário secreto de Laura Palmer" e morria de medo da capa, que tem Laura morta. Eu sempre tive muita curiosidade sobre a história mas somente agora resolvi ver a série completa, que estava passando no Canal Viva.
A capa do livro que tanto me assustou quando eu era criança.
Se você não ideia do que ela seja, vou dar um breve resumo que garanto não irá revelar nada sobre os muitos mistérios da série: Twin Peaks é uma cidadezinha americana bem pequena que faz fronteira com o Canadá, onde vive Laura Palmer. Laura era a estudante mais popular da escola, ganhou o prêmio miss twin peaks e era amada por todos. Acontece que um dia, Laura é encontrada morta e a partir dai vemos o desenrolar da trama. O detetive do FBI Dale Cooper chega na cidade para a investigação e percebe que ali nada é o que parece.
Falando assim, você pode achar que a série é meio boba, mas ao saber que quem dirigiu
a série foi David Lynch e Mark Frost garanto que irá repensar o assunto. Eu senti muito medo, é uma série intrigante e que aborda temas sobrenaturais de uma maneira muito boa. É justamente neste ponto que mora o sucesso da série, apesar de ser uma série policial e que trata do sobrenatural, ela foge dos clichês.
Vamos ao visual da série? A série foi gravada de 1990 a1991 (são apenas duas temporadas) e o visual das pessoas é demais. Ainda traz muitos elementos da década de 80, mas já mostra também muito do que viria a se tornar o visual corrente de muitos anos da década de 90.
As garotas da série usam sempre saias longas, muitas vezes combinadas com moletons e botas.
A personagem Audrey Horne ficou marcada para sempre com seu oxford e saia lápis justa. Essa é a minha personagem predileta.
Donna e Laura
Já a personagem que mais odeio é a mocinha Donna Hayward.
Shelly Johnson é uma das personagens marcantes da série e também uma das mais bonitas. Eu adoro o uniforme do RR café, onde ela é garçonete.
A famosa Laura Palmer
O agente Dale Cooper é um dos melhores personagens da série, a trama se desenvolve centrada nele.
Para quem se interessar em ver, indico baixar uns episódios e se realmente gostar, comprar o box com as duas temporadas da série. Com ótima qualidade e extras legais, sem dúvida é uma ótima compra.
Esses dias a minha amiga Diana mostrou essas tirinhas feitas pela ilustradora canadense Kate Leth. Segunda a mesma, seus quadrinhos abordam temas como sexualidade, a indústria de quadrinhos e super heróis gays e garanto, são muito divertidos.
Vocês conhecem o X-Ray Spex? Se a resposta for não e se você curtir música punk com um vocal feminino fodido, então vai se apaixonar.
O X-ray foi uma banda pioneira no cenário punk britânico, que lançou apenas um disco (Germ Free Adolescents) e uns compactos mas revolucionou a música como poucas bandas conseguem fazer. Como sou uma fã isso pode soar um tanto quanto exagerado, mas garanto que não é.
Capa do primeiro e único disco lançado pela banda.
A banda era formada por Poly Styrene nos vocais, Lora Logic no saxofone, Jack Airport na guitarra, Paul Dean no baixo e Paul B. P. Hurding na bateria.
Poly Styrene liderava a banda, com uma voz estridente e sua presença incrível. Indo contra muitos dos padrões de beleza, ela usava roupas excêntricas, composições que já remetem bastante ao visual que viria a se tornar comum nos anos 80. Dizia em suas letras muitas vezes mensagens anti-consumistas, ela é um retrato de sua geração e conseguiu demonstrar isso muito bem em sua música. A letra de Art-I-Ficial por exemplo, é um clássico que descreve a geração de Poly e também a nossa:
"I know I'm artificial
But don't put the blame on me
I was reared with appliances
In a consumer society
When I put on my make-up
The pretty little mask not me
That's the way a girl should be
In a consumer society
My existence is elusive
The kind that is supported
By mechanical resources"
Lora e Poly.
Poly não era adepta do visual punk tradicional, ela construía sua imagem com referências diversas e por isso também ela se diferencia bastante.
Poly teve vários problemas de saúde durante a sua vida e em 25 de Abril de 2011 faleceu de câncer. Sem dúvida uma perda terrível, principalmente por ser uma mulher tão foda e que contribuiu tanto para o ingresso das mulheres no rock e também influenciou diretamente muitas bandas.
Essa é uma das músicas mais famosas do X-ray, que inicia com a famosa frase "Some people think little girls should be seen and not heard, but i think".
Para quem quiser baixar o disco, você pode encontrar aqui.
Com certeza você já deve ter visto em algum momento da sua vida a imagem cima, o símbolo da Força Aérea Britânica na segunda guerra mundial. Mas além disso, ela também é o símbolo de uma subcultura nascida na década de 50 e que se tornou uma das caras da década seguinte, os Mods. O nome se origina do modernismo, que era um termo usada para músicos de jazz moderno e seus fãs. E moderno é o que essa cultura representava na época e que representa ainda hoje.
A cultura mod é considerada como sendo muito consumista, principalmente porque os jovens se preocupavam bastante com a moda e tinham como gastar dinheiro com isso, já que muitas vezes já não precisam ajudar no sustento de casa. Duas subculturas trouxeram muitos dos seus elementos ao movimento, principalmente os Beatniks e Teddy boys.
O visual feminino seguia em cheio a moda corrente da época, com mini-saias, visuais muitas vezes andróginos, maquiagem que abusava de delineadores e cílios postiços, estampas carregadas de grafismos e cores contrastantes, sapatos mocassim e boneca, entre outros elementos. O cabelo das moças também mostrava uma significante mudança. Eles ainda careciam de mãos habilidosas na hora de fazer os penteados com apliques para conseguir grandes volumes, mas o cabelo curto também era moda.
O visual masculino parecia um tanto quanto sofisticado, já que principalmente os homens prezavam por ternos com boa modelagem e roupas mais sociais. Alguns elementos militares, como o próprio símbolo da RAF e as parcas também eram bastante utilizados. Não se pode esquecer das lambretas (ou Scooters), que apesar de sua função útil compunham também o visual.
Existem alguns filmes que abordam o assunto, como por exemplo Quadrophenia, um filme com a trilha sonora do The Who. Apesar de ser muito criticado, eu gosto dele, pois trata a respeito da rixa entre os mods e os rockers e consumo exacerbado de drogas, principalmente metanfetamina.
O som era principalmente baseado na música negra, em particular no jazz e rhythm & blues, o northern soul, musica jamaicana e british beat music. Existe uma coletânea muito boa lançada pela Decca e vocês podem baixar aqui.
Essa é a faixa que inicia a coletânea e uma das minhas prediletas: